As Ervas Medicinais Amigas das Mulheres – PARTE I
O cultivo da terra, no passado, constituiu uma atribuição feminina. Os homens partiam para a caça e as mulheres cuidavam das sementes e das plantações. Na observação atenta dos processos naturais e cósmicos, as mulheres desenvolveram um conhecimento valoroso sobre seus corpos, ritmos e ciclos, e adotaram hábitos de cuidarem de si mesmas a partir dos recursos da natureza que as envolviam. Por muitos anos o tratamento dos desconfortos da menstruação, da gravidez e da menopausa, bem como a fecundidade, foram de ordem exclusivamente feminina.
Esse conhecimento tradicional das mulheres e de suas práticas terapêuticas com plantas foi sendo substituído, com a modernidade, pela medicação alopática. A menopausa passou a ser vista como doença e até mesmo a menstruação tem sido tratada como inútil, devendo ser “abolida a fim de restabelecer a ordem no corpo”.
Sem dúvida, essa visão vai ressoar na identidade da mulher, e cada vez mais mulheres se sentem incapazes de conviver com suas atribuições, desenvolvendo uma negação de todo o seu feminino.
A fitoterapia na saúde da mulher tem, pois, um papel fundamental no fortalecimento da prática de cuidados femininos.
Há várias plantas que suavemente podem equilibrar desde os incômodos com a menstruação até as doenças mais comuns, como cisto de ovário e miomas, Além de evitar o uso abusivo de medicamentos repletos de efeitos colaterais, essa prática terapêutica vai contribuir para a independência cada vez maior da mulher em relação aos serviços de saúde, na medida em que ela passa a compreender melhor sua fisiologia e como lidar com suas alterações.
É recomendável que as plantas amigas da mulher possam ser incorporadas nas indicações de tratamentos das equipes de saúde, bem como no cotidiano da vida das mulheres, para que estas resgatem sua sabedoria sobre seu corpo e sua saúde.
PROTOCOLO DE FITOTERAPIA EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Orientações para a prescrição
Uso oral:
Chá: 100 a 200 ml por dose duas a quatro vezes ao dia
Tintura-mãe (TM): 20 a 50 gotas por dose duas a quatro vezes ao dia
Antes de diluir em água, deixar 15 minutos no copo para evaporar o álcool. Ir reduzindo a dose na medida em que apareça alívio dos sintomas.
Evolução aguda: uso de 10 a 20 dias
Evolução crônica: uso de 20 a 60 dias
Quando do uso prolongado, após alívio dos sintomas, manter a mínima dose diária.
As plantas indicadas a seguir podem ser usadas em conjunto ou separadamente, na forma de tintura-mãe ou chá (partes iguais)
Uso local:
Ducha vaginal:
Tintura-mãe – 15ml diluídos em 150ml de água fervida .
Usar seringa descartável de cinco a 10ml ou aplicador ginecológico para a introdução do líquido na vagina.
Fazer o mínimo de ducha, apenas quando exuberância do corrimento e dos sintomas irritativos, no início do tratamento.
Atenção :Na vagina existe uma protetora flora bacteriana que deve ser preservada. Por isso deve-se aplicar lactobacilos ou coalhada após medicação de uso local.
Curativo vaginal:
Colocar 5ml da tintura-mãe em xícara.
Acrescentar 50ml de água fervida ou filtrada
Mergulhar o tampão vaginal (algodão envolvido em gaze)
Introduzi-lo na vagina
Retirar após 12 horas
Repetir a aplicação, se necessário, após 12 horas
FACILITADORES DO PARTO E PUERPÉRIO
Ameniza a dor do parto:
Atua no amadurecimento do colo uterino: sálvia, artemísia.
Iniciar o uso após 37 semanas completas de gestação.
Uso: TM 30 gotas três vezes ao dia
Estimula contrações uterinas
Algodão, artemísia, tanchagem, canela, gengibre, noz moscada.
Iniciar após 37 semanas completas de gestação.
Uso: TM 30 gotas três vezes ao dia
Plantas galactogogas
Algodão, funcho, manjericão, dente de leão
Plantas para reduzir o leite
Sálvia, artemísia, salsa, vitex.
Plantas que diminuem o sangramento pós parto
Algodão, tanchagem, margaridinha.